Resenha#17 - O voo da estirpe - Adriana Vargas

Um encontro entre a vida e a morte.e entre os dois pólos, a presença milagrosa do amor - tudo passa a fazer sentido...Clarice, solitária e questionadora, conhece Klaus através de um pesadelo. De repente, ele passa a persegui-la em todos os lugares, denotando ao livro, um cunho de mistério e sensações intrigantes. Um livro rico em sentimentos que fará o leitor rir, chorar, suspirar e odiar durante toda a leitura. Uma afronta aos conservadores. Uma luz no final do túnel!

Oi pessoal?

A resenha de hoje é mais do que especial por ser o primeiro livro de autor nacional que resenho aqui no blog. Fiquei muito feliz da autora Adriana Vargas ter sido tão atenciosa e me enviar a obra para que eu pudesse compartilhar minha opinião com vocês.

O voo da estirpe me contagiou devido a profundidade de pensamentos e reflexões sentidos por Clarice, eu sempre quis adentrar no mundo de uma pessoa solitária, saber e entender como pensam, pois conheço várias pessoas sozinhas e que não tem ninguém na vida. E partindo desse pressuposto me intriguei a ler esses anseios, perspectivas, frustrações e alegrias através olhos de Clarice, ela é solitária e uma pessoa racional, confesso que no inicio me peguei entre o amor e ódio pela personagem, pois ela vive somente naquele mundinho onde tudo gira em torno de sua tristeza e solidão, ela não tem um objetivo pra viver feliz, mas tudo muda quando conhece o misterioso Klaus e a partir dai a estória dá uma guinada mudando o modo como Clarice reflete sobre sua existência no mundo. 

Klaus é uma pessoa que vive a vida sem promessas do amanhã, seu lema é aproveitar o hoje, o agora pois a vida é boa de viver e até as coisas mais simples tem sentido quando se quer aproveitar até o último suspiro. Ele é cativante, encantador e um homem apaixonante, demostra seus sentimentos e vontades desprendido de etiquetas ou regras da sociedade. Se apaixona por Clarice e a leva ao seu mundo, descobrindo juntos que a solidão é preenchida com a companhia do outro, tornando-os um só.

— O que você sabe sobre mim? - Meu coração estava acelerado; batendo tão forte que parecia sair pela boca. — Como pode se apaixonar por alguém que pouco conhece?
— Como posso não me apaixonar por alguém que sempre esperei em minha vida e, de repente, estava em meus braços? Você me encontrou. Eu, na verdade só te esperei...

O livro é cheio de questionamentos, e o que mais gostei foi como Clarice enfrentou sua dor, ela se tornou forte quando tudo pareceu desabar, ela é comedida e ao mesmo tempo impulsiva e deixa se envolver por Klaus que a faz fazer coisas inimagináveis. Ela é uma mulher que tem desejos e medos, quer dar um rumo em sua vida e que deseja desesperadamente e incondicionalmente encontrar um grande amor. Além de abordar a doença de Klaus que me emocionou muito pois vivenciei um caso parecido com alguém muito especial da minha família, que sofreu praticamente os mesmo sintomas e medos.

Teria que amá-lo na liberdade que tem em fazer suas escolhas. Meu amor não pode ser egoísta e nem condicional, por que quando ponho condições para amar alguém, na verdade, não estou querendo amar esta pessoa e sim, a situação que quero escolher para me sentir satisfeita com a realização de minhas vontades.

Quanto ao enredo, é leve e ao mesmo tempo você se pega querendo entender as lacunas sobre o misterioso Klaus e da própria Clarice, algumas vezes há uma mistura entre o presente e o passado, que pareceu confuso mas deu pra entender com o objetivo final. Quando pensava que a estória não teria mais um ápice, vem a autora Adriana e trás algo revelador que me fez gostar ainda mais da trama.

Alguns pontos que senti falta foi a interação de Clarice com outras pessoas além de mais acontecimentos em sua vida, tudo bem ela ser solitária mas foi muita ênfase sobre si o que deixou a narrativa um pouco cansativa, outros pontos foram os poucos diálogos com Klaus, eu queria saber mais sobre ele, mas sempre era Clarice refletindo sobre si e quando era sobre o dois fazia de forma resumida e o mesmo acontece com as cenas íntimas. Outro ponto foram as características de Klaus, eu simplesmente só imaginava seu terno marrom e sapatos pretos, o rosto era uma mancha escura, uma incógnita pra mim. O mesmo acontece com Clarice, os aspectos físicos não foram muito abordados, não sei se era esse o propósito da autora para deixar um ar de mistério mas ainda sim queria ter algo em mente sobre a fisionomia do casal.

O livro me lembrou um pouco do filme tudo por amor com a Julia Roberts. Além de ser uma grande lição de vida passa uma mensagem sobre o amor e aproveitar o que a vida tem de melhor. E que o verdadeiro amor pode vir de uma forma que não entendemos ou aceitamos, e que pode voar segundo as regras de Deus, mas que o importante é cultivá-los em nossos corações. 

A Adriana também é autora dos livros:

Quer saber mais? Confira o blog da Adriana aqui. Ou no blog da editora modo aqui.

Espero que tenham gostado, tô louca pra ler os outros livros da autora.