Resenha#28 - Terra Ardente - Janice Diniz

Karen tem má fama na cidade. Envolvida com corridas de cavalo, dívidas que podem levá-la à falência e uma vida afetiva que segue a regra dos três encontros e nunca mais, ela não pode fracassar. No seu encalço, dois fazendeiros ambicionando tomarem-lhe a propriedade. Com a vida em risco e sozinha num lugar hostil, ela tenta sobreviver e cuidar da avó e do filho. Se for preciso, seduzirá o delegado de polícia de Matarana para protegê-la – um caubói da lei que se comporta como um xerife durão do velho-oeste americano. Mas Karen não é a única mulher em apuros. A jornalista Nova Monteiro investiga um latifundiário suspeito de aliciar trabalhadores. Abandonou o sudeste para ficar ao lado do homem que ama desde a infância. Um amor que tem tudo para não se concretizar. O que Nova não sabe, porém, é que, segundo boatos, a chuva de cinzas na estação do estio não é somente das queimadas, mas também dos corpos dos forasteiros que se metem com os poderosos da região. Assim, ela faz duas descobertas: que luta pela causa errada e que o amor verdadeiro é um sentimento bruto que pode nascer do medo.

Oi pessoal?!

Faz um tempinho que não faço resenhas aqui no blog, mas justamente na semana do meu aviso, para minha surpresa recebo o livro Terra Ardente do book tour (por sinal muito esperado por mim). Vocês nem imaginam a felicidade quando o exemplar chegou, daí não perdi tempo e comecei a ler e gente, mais um livro de autor nacional que vai para os meus favoritos. A estória e narrativa da autora fazem jus a fama de Terra Ardente.

Se vocês gostam de caubóis, pistoleiros e mocinhas endiabradas com paixões de tirar o fôlego, aqui é a leitura certa. E o melhor, a narrativa é super original, com um cenário muito bem descrito do cerrado brasileiro na terra de Matarana com personagens que cativam e nos fazem adentrar na estória como se estivesse vendo um filme. Tudo gira em torno de duas mulheres que não baixam guarda pra homem nenhum, Karen  uma mulher forte e determinada, e para sustentar sua família e pagar as dívidas  participa de corridas de cavalo e tem um caso com um dos homens mais poderosos de Matarana o que não ajuda em nada, já que ele vai casar e agora ela corre perigo. E no momento onde tudo se torna mais crítico, se vê envolvida com um policial e homem da lei tudo de bom que está disposto a tudo para protegê-la. Já Nova tem uma paixão platônica por seu melhor amigo, o doutor Cris, mas devido à seu amor não correspondido acaba se apegando a um dos pistoleiros mais temidos e hot da cidade: Franco o diabo loiro. É sob o sol escaldante de Matarana que os destinos destas duas mulheres se cruzam. Suas emoções e caráteres são testados,   e suas paixões arrebatadoras levadas ao limite.

Dos personagens que mais gostei foi, claro, Franco, o diabo loiro. O homem é bruto daqueles bravos mesmo que dão medo na gente, no princípio até na coitada da Nova. Mas ao mesmo tempo quando é enlaçado pela paixão verdadeira se torna o amante perfeito e faz de tudo pela mulher amada. Além de ser é um daqueles saradões de pouco mais de vinte, mal encarados que usam jeans e uma .38 na cintura. A arrogância e prepotência em pessoa. Apaixonado por uma forasteira que nunca soube o que é sofrer numa terra ardente...Amei.

-Dona eu não sou uma boa pessoa. [...] -Reconheço a sua disposição em me salvar de um possível afogamento, mas, em momento algum, eu me debati pedindo ajuda; pedi, dona? - Alçou a sobrancelha, debochado. [...]

-Aqui-qui te-tem co-cobra? - Arregalou os olhos.

-Ahan, enguias, sucuris de pequeno porte e umas cobrinhas[...]

-Me tirar daqui pelo amor de Deus! - Gemeu.

Ergueu as pernas olhando para todos os lados. A qualquer movimento suspeito subiria nos ombros do pistoleiro.

-Tem que pagar pedágio.[...] - Ordenou sorrindo.

- Caramba, qual a idiota se atiraria no rio com a carteira de dinheiro? [...]

-Me beija, dona, é esse o pedágio.

Não tem como não se apaixonar pelos personagens, todos são muito bem definidos. A descrição de terra ardente me fez lembrar um pouco do centro-oeste do meu Ceará, árido e quente. Adorei a narrativa da Janice. A linguagem própria da terra me deixou falando meio caipira quando terminei de ler. Estou aguardando o próximo.